Porque vieram para a Suíça?

Tânia Gonçalves Leal

A vida de um casal de jovens advogados em Portugal com dois filhos pequenos (um rapaz com quase 3 anos e uma menina com 5 meses) era muito extenuante. Trabalhávamos muito, chegávamos tarde a casa, a situação não melhorava e não tínhamos tempopara acompanhar os nossos filhos.

Nesse contexto de vida o meu marido foi contactado por uma empresa, propondo-lhe trabalho aqui na Suíça. O meu marido já tinha tido várias experiências no estrangeiro e não hesitou. Eu andava cansada e tensa, com os dois miúdos pequenos, sem tempo nem perspetivas de melhoria de qualidade de vida, pelo que decidi arriscar. A nossa decisão de emigrar não foi motivada por razões de natureza económica, mas para melhoria da nossa qualidade de vida e da educação dos nossos filhos. Na altura estava tão cansada, com os dois miúdos pequenos e a decisão foi arriscar.

Quais eram os teus maiores receios? 

Ao contrário do meu marido, eu nunca tencionara sair de Portugal. Era muito ligada à minha mãe e muito menina do bairro, gostava de ir ao café e ao supermercado e poder interagir com as pessoas. Tinha medo de sair dessa zona de conforto, temia o afastamento da família e dos amigos, mas os meus maiores receios eram com o conforto dos meus filhos, especialmente com as dificuldades que o Martim iria ter com a entrada na creche, a ligação a novos amigos, a aprendizagem simultânea de uma nova língua e a falta dos carinhos dos avós. “

O que mais te entusiasmou?

Como a nossa mudança não foi o resultado de uma imposição motivada por razões económicas, antes de aceitarmos fizemos uma viagem exploratória ao país. Precisava de sentir alguma ligação, alguma afinidade, de modo a poder sentir desejo de me integrar e à vontade no futuro. Gostei da cidade, tinha imensos espaços verdes para os miúdos, achei que era uma cidade segura, boa para o seu desenvolvimento, calma, cívica e muito bonita. Para o meu marido a mudança de trabalho e de país era em si mesma uma coisa aliciante, mas para mim era essencial saber que iria melhorar a qualidade de vida da família.

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