Dubai de Contrastes

Paulo Pombal

Após sete anos no Kuwait, com uma curta passagem – de dez meses – bastante atribulada pela Arábia Saudita – poderia escrever um artigo só sobre este tema – cheguei ao Dubai em Novembro de 2020, onde já me esperavam a minha mulher e a minha filha.

O “esperado” contraste e impacto provocados pelas diferenças de costumes e tradições, foi no nosso caso, mitigado por duas evidentes ordens de razões: as anteriores visitas ao Dubai e as experiências, no Kuwait e Arábia Saudita.

No Dubai, por via de uma presença ocidental actual muito superior ao Kuwait e à Arábia Saudita, é mais difícil encontrar esses esperados contrastes, pelo menos para quem visita como turista.

Este facto, faz com que os expatriados no Dubai estejam muito menos expostos ao modo de vida tradicional do mundo árabe, sendo muito esporádico o contacto com os locais, em contraste com o Kuwait e Arábia Saudita, onde existe uma probabilidade muito maior de se contactar com os nativos, o que foi o meu caso.

Assim sendo, o meu contacto com “Emiratis” foi, até agora, apenas com os funcionários dos ministérios relacionados com a obtenção do visto de residência, que, diga-se de passagem, foi um processo relativamente simples.

O País (Emirado)

Como deve ser do conhecimento geral, o Dubai, secundado por Abu Dhabi, é o Emirado (uma grande metrópole) mais turístico e tolerante aos costumes ocidentais, dos sete que constituem os Emirados Árabes Unidos. A título de curiosidade, os outros são: Sharjah (muito industrial e dormitório “barato” de muita gente que trabalha no Dubai), Ras Al-Khaimah (onde existe o mais longo zipline do mundo), Fujairah (muito bom para quem gosta de actividades subaquáticas e onde se vislumbra uma forte presença pretérita Portuguesa), Umm Al-Quwain e Ajman, estes dois últimos são os mais “humildes” e não tenho informação relevante sobre os mesmos, nem tão pouco os visitei.

Para mais informações: https://pt.wikipedia.org/wiki/Emirados_%C3%81rabes_Unidos

Visto de Residência e Documentos Pessoais

Tal como assinalei anteriormente, o processo de obtenção de visto foi simples. Tendo entrado com visto turístico, obtido à chegada, este teve de ser convertido em “Entry Visa”. É neste ponto que os documentos académicos, experiência profissional, Registo Criminal, etc. são necessários para que o “Entry Visa” dê lugar a um visto intermédio intitulado “Change Status”. A partir deste momento, o processo tem dois meses para ser finalizado. Aqui são efectuados os exames médicos e, não existindo problemas, e pago o seguro de saúde obrigatório, é colocado o visto de residência no passaporte. Logo após este passo é emitido o cartão de identidade local (vulgo Emirates ID).

Posto isto, fiquei imediatamente habilitado a obter a carta de condução Emirati, sendo apenas necessário uma tradução certificada para inglês e arábe da congénere portuguesa e um exame à vista, feito no local. A validade da mesma encontra-se indexada à da residência. Custo aproximado, incluindo exame aos olhos e tradução, de trezentos Euros.

Pormenor: Na condição de turista, a carta de condução portuguesa é válida para conduzir carros alugados ou de propriedade do cônjuge. A partir do momento em que se obtém a residência, só é válida a carta de condução local.

A título de curiosidade, os Emirados Árabes Unidos alteraram muito recentemente as regras (lei), sendo actualmente possível um cidadão estrangeiro adquirir a nacionalidade Emirati podendo, inclusivamente, manter a nacionalidade original. Não vou aqui detalhar os requisitos necessários para tal mas, aparentemente, é mais simples do que à primeira vista poderíamos imaginar.

Para quem interessado em mais detalhes aqui fica a notícia: 

https://www.khaleejtimes.com/news/20210130/uae-citizenship-for-expats-who-can-apply-and-how

Habitação

Nós não passámos pelo processo de aquisição ou aluguer de casa uma vez que a escola onde a minha mulher trabalha, providência habitação. No entanto, ao que sabemos, tanto o aluguer como a aquisição estão disponíveis para residentes. Os preços variam muito com a localização, com a gama e com o layout. Como exemplo, um apartamento de três quartos, com área aproximada de 120 m2, numa zona intermédia, poderá chegar aos  mil e quatrocentos euros mensais.

No final do texto irei incluir alguns sites para o efeito. 

Saúde e Educação

Os sistemas educativo e de saúde são, essencialmente, privados para os expatriados. No caso da saúde é obrigatório ter um seguro, tal como referido, sendo que, em geral, as empresas o fornecem e incluem os dependentes. É bastante rápido e essencialmente eficaz mas caro, sendo o custo bastante mitigado pelo uso do seguro. Como exemplo de eficácia, basta ver o modo como agilizaram a administração das vacinas contra o Covid-19, tendo já cerca de 80% da população tomado a primeira dose e cerca de 50% a segunda, estando em segundo lugar logo atrás do agora amigo, Israel.

Relativamente às escolas, existe uma rede enorme de instituições internacionais com os mais diversos currículos. Os mais procurados pelos ocidentais são ministrados em escolas onde os custos anuais podem chegar aos trinta mil euros, sendo que a média rondará os dezoito mil euros. Existem vários sites com indicações das escolas, currículos, avaliações. (ver final do texto para exemplos).

Quanto à qualidade do mesmo, poder-se-á colocar numa fasquia média-alta mas sempre muito dependente, logicamente, da qualidade da instituição. Uma dica, nem sempre os custos são proporcionais à qualidade…

praia de lago rodeada de montanhas no Dubai
Dubai de contastes

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