Como escrevi um livro a contar a história de vários Portugueses que vivem ou já viveram em vários países distintos, perguntaram-me qual era o melhor país para emigrar.
Respondi: depende. Depende dos objetivos de vida da pessoa, das prioridades, da personalidade, da área de trabalho, de tantas coisas. Contudo, todos procuramos uma melhor qualidade de vida e por isso fui analisar o Ranking dos melhores países para se viver em 2021.
O que diz o “2021 Best Countries ranking”?
O “2021 Best Countries ranking” formado em parceria com o BAV Group e a Wharton School da Universidade da Pensilvânia, é baseado num estudo que entrevistou mais de 17.000 cidadãos globais de quatro regiões para avaliar as perceções de 78 países em 76 métricas diferentes. O sub-ranking de Qualidade de Vida é baseado numa média igualmente ponderada de pontuações de nove atributos relacionados à qualidade de vida num país: acessível em termos de preços, um bom mercado de trabalho, economicamente estável, familiar, igualdade de renda, politicamente estável, seguro, sistema de educação pública e sistema de saúde pública bem desenvolvidos.
E o Canadá foi considerado o país com melhor qualidade de vida – em primeiro lugar em termos de mercado de trabalho, segundo lugar em estabilidade política e terceiro em sistema de educação pública bem desenvolvido. Em segundo lugar, a Dinamarca e em terceiro a Suécia. O top 10 do melhor país para emigrar é completado pelos seguintes países ordenados de melhor para pior: Noruega, Suíça, Austrália, Holanda, Finlândia, Alemanha e Nova Zelândia.
Para além da qualidade de vida, este relatório analisa outras componentes: agilidade (adaptável, dinâmico, moderno, progressivo, responsivo), empreendedorismo (ligado ao resto do mundo, população educada, empreendedor, inovador, etc), mudança (diferente, distinto, dinâmico, único), propósito social (preocupado com os direitos humanos, meio ambiente, igualdade de género, liberdade religiosa, etc.), influência cultural (com entretenimento, com uma cultura influente, com marcas de consumo fortes, moderno, prestigioso), aberto a negócios (custos de fabricação baratos, ambiente tributário favorável, não burocrático e não corrupto), poder (líder, economicamente influente, com fortes alianças internacionais), aventura (amigável, divertido, sexy, bom para turismo, clima agradável), e património (com uma história rica, boa comida, e muitas atrações culturais).
O relatório em inglês pode ser consultado aqui e penso ser um bom ponto de partida dependendo do que cada um valoriza quando chega o momento de escolher para onde emigrar. Por exemplo, uma pessoa que vai à procura de aventura, de viajar, de viver num país alegre e divertido, deve saber que o Brasil foi considerado o país mais aventureiro, seguido da Itália e da Espanha. Se procura um país empreendedor, o Japão foi considerado o número 1, a Alemanha número 2 e os Estados Unidos número 3. Os países mais abertos a negócios, de acordo com o ranking, são a Suíça, o Panamá e o Canadá.
Para onde vão os portugueses?
Analisando os dados do Observatório da Emigração, a França é o país com mais Portugueses neste momento (cerca de 603 mil), seguido da Suíça (214 mil), Reino Unido (165 mil) e Estados Unidos (161 mil). Contudo, em 2019 (últimos dados), o Reino Unido foi o país que mais Portugueses recebeu esse ano (cerca de 25 mil), talvez pela percepção de que, depois do Brexit, será mais difícil emigrar para este país, a Espanha foi o segundo país (10 mil emigrantes deram entrada no país em 2019) seguidos pela Suíça e pela França (8 mil cada um).
Poderia enumerar mais rankings, estudos, estatísticas, questionários, etc., mas cada pessoa é diferente e cada razão para emigrar é distinta. Concluo que a decisão de sair de Portugal deve ser bem pensada, os prós e os contras analisados, e esta plataforma Vidas sem Fronteiras é ideal para quem quer conhecer mais sobre cada país.
Pessoalmente, eu sinto-me bem em Espanha, é um país com uma cultura muito próxima à nossa, e em termos geográficos ao lado de Portugal – é quase como viver em Portugal, mas com um melhor sistema de saúde (na minha opinião), salários mais elevados e oportunidades de trabalho.
Tenho conhecido inúmeros Portugueses emigrantes nos mais variados países, muitos através desta plataforma, e sei que todos gostam do país onde vivem e consideram-se mais felizes do que se tivessem ficado em Portugal. É de facto uma experiência muito enriquecedora e que vale a pena, se realmente é isso que queremos.
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Muito obrigado pelo resumo do relatório!