Quando, no início do último ano do secundário, no sistema International Baccalaureate (IB) seguido pela escola onde estudava, o nosso filho nos indicou a sua intenção de prosseguir os seus estudos na Universidade em Portugal, estávamos longe de imaginar a complexidade do acesso à Universidade em Portugal para filhos de emigrantes! Um caminho que tínhamos à nossa frente!
Uma vantagem difícil de realizar!!
As primeiras pesquisas
Não tínhamos nem ideia sobre o que tínhamos de fazer!… Que passos tínhamos que dar!…
Uma pesquisa rápida na Internet ajudou-nos pouco…
Muitas regras… muita legislação… muitas condições… muito blá-blá-blá… mas nada de um “road book” que nos ajudasse a navegar passo a passo… sem cometer nenhum erro que colocasse em perigo a candidatura!
Por isso mesmo, não ficamos surpreendidos quando percebemos que, em anos anteriores, o número de candidatos excluídos por erros processuais ultrapassava, de largo, o número de candidatos colocados!…
Era, por isso, imperioso garantir que fazíamos tudo bem!…
Procuramos ajuda profissional… e… estou seguro que, sem ela, não teríamos conseguido!
Assim, que este seria o nosso primeiro conselho…
Em baixo deixamos-vos a descrição do nosso caminho… que creio poderá ser útil para aqueles que se encontrem em situação semelhante… mas… como cada caso é um caso… procurem ajuda especializada!…
Seguramente que terá um custo… mas, pelo menos no nosso caso, a segurança de que estávamos a fazer tudo bem, justificou-o de largo.
Ainda assim, para que saibam nas que se metem, aqui fica o nosso manual, a que chamamos “Acesso à Universidade para Totós”…
Passo a Passo, O Manual
Passo 0: O Diploma IB
Segundo o sistema IB é o estudante que constrói o seu currículo para os 11º e 12º anos de acordo com um conjunto de regras especificas e, este processo, precisa de ser encarado tendo em vista os objectivos futuros do estudante.
Assim, há que verificar, nas várias universidades em Portugal, quais os requisitos de acesso nos cursos relevantes, tanto quanto às disciplinas exigidas como quanto ao nível das mesmas, seja HL – High Level ou SL – Standard Level. (ver exemplo para a Universidade de Coimbra aqui)
Passo 1: Documentos do 10º e 11º:
No fim do 11º ano, é hora de pedir na escola (no caso do IB o pedido deve ser feito ao “IB coordinator”) os primeiros documentos para o processo de candidatura.
São eles:
- Certificado de exames MYP.
- Relatório de notas 10º Ano.
- Relatório de notas 11º Ano.
Passo 2: Apostilar estes 3 documentos:
Conseguir a Apostila de Haia pode ser uma tarefa hercúlea (como nos explica o Alexandre Monteiro num texto publicado nesta mesma plataforma: link)… por isso é conveniente tratar disto com antecedência.
No nosso caso fizemo-lo em Fevereiro.
Passo 3: Certificado de Residência:
Pedido no consulado da região onde vivemos.
Este certificado tem 6 meses de validade… Por isso mesmo, decidimos tratar deste assunto em Maio, para que mantivesse validade até o final do processo.
Muito importante que o certificado tenha um par de menções obrigatórias como são o tempo de permanência nesse país (mínimo de 2 anos) e a menção “emigrante produtivo” para, pelo menos, um dos pais.
Passo 4: Pedido de Senha:
No início de junho é necessário que o candidato aceda ao site da DGES e faça um pedido de senha!…
Uma vez pedida, será enviado para o e-mail um código de validação e um número interno provisório.
Passo 5: Obter Ficha de activação:
Com os dados obtidos no passo anterior será agora necessário dirigirem-se a um Gabinete de Acesso ao Ensino Superior (GAES) para solicitar uma Ficha de Ativação que será, também, enviada para o e-mail do candidato.
Passo 6: Acabado o ano, e feitos os exames, é hora de começar a tratar do pedido de equivalência ao 12º ano português.
Para o efeito é necessário entrar no site do IBO e requerer o envio directo do “transcipt of results” para a DGE.
Uma vez que este documento é enviado directamente do IBO para a DGE, dispensa apostila!…
Nos casos em que o envio directo não seja possível, será conveniente apostilar o documento!
O pedido de equivalências deverá, então, ser feito à Direcção Geral de Educação.
No nosso caso a resposta da DGE (por email) tardou 3 semanas…
Booking.comPasso 7: Entretanto é necessário pedir, no site do IBO, o diploma final apostilado, que será necessário para fechar todo o processo.
Passo 8: Com as equivalências atribuídas… chegou, finalmente, a hora da candidatura.
Aqui o processo é igual ao dos candidatos do contingente geral… a candidatura é feita no site da DGES seguindo os passos indicados no mesmo… importante mencionar nas opções de candidatura, que se requer a substituição de provas de ingresso pelos exames estrangeiros, no nosso caso exames do IB (link).
Passo 9: esperar pelas colocações… boa sorte!
Passo 10: uma vez recebido o Diploma final, apostilado, é necessário fazer a entrega do mesmo na DGES
Uma vez que o processo avançou com o “transcipt of results” que é um documento tido como “não final”.
No nosso caso correu tudo bem… e hoje o nosso filho está feliz…na Universidade que escolheu para começar a construir o seu futuro!…
Mas não facilitem… o processo é longo… burocrático… e com muitos pontos onde é fácil cometer um erro!
Não facilitem, pois… mas avancem, sem medo… e se tiverem duvidas aqui estarei para tentar ajudar!
Hugo Barbosa
Lê também:
Boa tarde.
Encontro-me neste momento na mesma situacao. Pode, por favor, partilhar o contacto da ajuda profissional? O link que tem no seu post ja nao funciona.
Obrigado.
Antonio Silva
Bom dia ,espero que todo o sistema de acesso para emigrantes tenha sido alterado pois aqui a 6 anos traz fizemos tudo isso para a minha filha e a resposta foi que tinha que ir fazer os exames de acesso a Portugal ,exames esses em que as datas coincidiam com os exames finais na Suíça,fizemos tudo certinho …falamos ….reclamamos resposta sempre a mesma ,
Candidatou se a Bélgica ,Roménia ,Irlanda e foi aceite nas 3 acabando por optar por a Irlanda ,já acabou o curso já está a trabalhar
Mas é triste como emigrante todos os entraves que metem aos estudantes e depois vem dizer que as vagas dos emigrantes não são preenchidas …
Esperemos que se ainda não foi que seja alterado o sistema de acesso para emigrantes pois se muitos tem vontade de voltar ao seu país com este tipo de entraves é difícil manter esse desejo
Bem haja