Hábitos adquiridos a viver nos Estados Unidos da América
A viver nos Estados Unidos da América há quase duas décadas, não há como não ter hábitos adquiridos. Quer sejam culturais, sociais, políticos, do foro legal, ….
A multiculturalidade e imensidão dos Estados Unidos da América é representada em nuances e diferenças de hábitos dependendo do Estado, Região e até de cidade para cidade.
Não é assim tão chocante, eu sei! Pessoalmente, tenho vários! Aqui estão alguns e nenhum deles envolve Starbucks ou comida enlatada.
1. Carro. Carro. Carro.
Andar sempre a conduzir.
E quando vejo alguém a andar a pé, fico com a sensação que o carro está perto, mas avariado.
O epítome de um sistema de transporte público eficiente e existente nos Estados Unidos, é encontrado nas grandes metrópoles.
Como, por opção, vivemos sempre nos subúrbios (ver também A Procura de casa em Tampa Bay), temos que nos deslocar através de meios próprios.
Regras de Condução Adicionais.
As regras de condução são muito similares (maior parte idênticas) às do Código da Estrada Português.
No entanto, existem três adicionais que mais se destacam:
- Virar à direita no sinal vermelho.
A lei permite que os motoristas façam uma curva à direita depois de parar num sinal vermelho, a menos que haja uma placa indicando que a curva é proibida.
- Mudar de Faixa quando Veículos de Emergência estão parados na berma.
Os motoristas que se aproximam de um veículo de emergência estacionado ou parado na beira da estrada devem:
- Diminuir a velocidade imediatamente para uma velocidade razoável abaixo do limite de velocidade estabelecido.
- Se está a viajar na faixa adjacente ao veículo de emergência parado, deve mudar de faixa, a menos que o mudar de faixa seja inseguro.
- Parar quando o Autocarro Escolar (School Bus) tem as luzes vermelhas.
Os motoristas devem parar quando os autocarros escolares usam as luzes vermelhas, indicando que estão parados.
2. Feriados, Feriados, Feriados.
Se há algo que mais une os povos, o prazer e a felicidade de poder, celebrar um feriado sem trabalhar estará sem dúvida no top ranking.
Os feriados que comecei a celebrar e a adotar foram o Dia da Independência (4th of July); o Dia de Acção de Graças (Thanksgiving); o dia de Martin Luther King, Jr. ; o dia da Memória (Memorial Day) e o dia dos Veteranos (Veterans Day).
Claro que existem mais feriados mas tenho por estes um carinho e respeito especial.
3. Converter. Converter. Converter.
Os EUA são um dos poucos países do mundo que usa o Sistema Imperial de Medição onde se utiliza pés, polegadas, libras, onças, …, em vez das medidas habituais do Sistema Métrico.
Quando comecei a conduzir, tinha sempre um cuidado extra em relembrar que os sinais de velocidade estavam em Milhas por hora em vez de Quilómetros por hora.
No entanto as conversões não se ficam por aqui, a temperatura é medida em graus Fahrenheit em vez de graus Celsius.
Enfim, um dos hábitos mais desafiadores a adotar.
4. Pronuncia e Ortografia.
O Inglês foi o meu segundo idioma, que aprendi baseado no inglês britânico, tanto em termos gramaticais, ortográficos e de pronúncia.
Com a mudança para os EUA, aprendi rapidamente, que estas distinções eram consideráveis e por tal fui adotando o inglês americano.
Para além dos meus documentos em Word não parecerem um campo de batalha sangrento, a minha pronúncia foi também sendo mudada para uma mais americanizada.
Mas para ser sincera, hoje em dia, ainda tento escrever color como colour.
5. Pensar a duplicar (triplicar).
Ter um registo de línguas variado é uma vantagem imensurável, principalmente no contexto sócio-económico global actual.
Há uma grande liberdade de poder dizer, compreender e de poder fazer, sendo parte deste grupo.
Pessoalmente, é muito gratificante num dia normal de trabalho poder falar em Portugues, Inglês, Espanhol e Francês.
Contudo, modestamente, é uma façanha logística tremenda organizar pensamentos, vocabulário, exemplos, experiências,…
Tenho imensa esperança que este hábito me mantenha jovial e longe de Alzheimer.
6. Em Roma, sê romano
A importância de nos adaptar aos costumes, regras e hábitos culturais do determinado lugar para o qual iremos viver é grande e imperativa se pretendemos uma inserção de sucesso na sociedade.
Adotar hábitos no país em que estamos a viver não nega a nossa própria individualidade. Apenas nos torna mais completos como seres humanos.
“As pessoas geralmente têm medo da mudança porque temem o desconhecido. Mas a maior constante da história é que tudo muda.” Yuval Noah Harari, Homo Deus: A History of Tomorrow
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