Já estamos no Verão, época altamente ansiada pela Europa!!! Mas aqui em Miami significa o fim da época alta e o início da Hurricane Season (temporada de furacões) no Atlântico, que se estende de 1 de Junho a 1 de Novembro de cada ano.
Nesta altura do ano, os furacões formam-se geralmente no Golfo e no Oceano Atlântico, e a Flórida está no seu caminho, pelo que é importante estarmos preparados no caso da chegada de um furacão, nomeadamente termos um plano de evacuação e o kit de emergência nesta Hurricane Season.
O Mayor de Miami Beach envia um folheto no início de Junho com várias instruções, para esta Hurricane Season. No folheto esta especificado, desde os itens de primeira necessidade a armazenar (água engarrafada, alimentos enlatados, lanternas e pilhas, medicamentos,…), até aos números de telefone de entidades públicas a guardar. O Centro de Meteorologia também faz a sua previsão para a época, com base na temperatura da água do mar/oceano e do efeito El Niño ou El Niña.
O que é certo é que passamos, eu pelo menos!!, a acompanhar com frequência o site do Hurricane Center: https://www.nhc.noaa.gov/, que nos mostra as tempestades que se estão a formar nos vários oceanos e os possíveis trajetos.
A parte que nos deixa tranquilos é que estamos a lidar com um fenómeno da natureza que é possível acompanhar e que é mais ou menos previsível, pelo que temos sempre algum tempo de preparação.
Ao contrário de um terramoto, ou mesmo de um tornado, no caso de um furacão existem modelos de previsão de trajetória – os “spaghetti models”, que ficam mais afinados à medida que os dias passam e que, com uma margem razoável de segurança, conseguem prever as regiões com maior probabilidade de serem atingidos pelo olho do furacão e os ventos ciclónicos, e a força que o furacão terá (Categoria 1 a 5).
Quando a ameaça se torna mais credível e, dependendo da força do furacão, podemos receber a indicação de evacuação, que, não sendo completamente mandatória (um conceito com que os americanos não lidam bem!!), é aconselhável seguir, uma vez que se algo acontecer as autoridades de saúde, polícia ou bombeiros podem não ter meios e pessoal necessários para socorrer.
O nosso prédio tem, supostamente, vidros anti-furacão, como a maior parte dos prédios recentes em Miami e em Miami Beach. Mas o que é certo é que ainda não foram postos à prova da natureza, porque Miami já não é atingida por um grande furacão desde Andrew em 1992 – Katrina em 2004 e Wilma em 2005 atingiram a região, mas com menos impacto.
Os vidros, para serem considerados anti-furacão são sujeitos a testes em condições extremas na Universidade de Miami, mas sinceramente, não me está a apetecer ser cobaia da sua resistência perante a força de um furacão real e ficar para ver!!
Os relatos de pessoas que viveram o Andrew falam de dias sem eletricidade e água potável, aeroportos fechados, bombas de gasolina sem combustível, estradas intransitáveis por dias, a par de muitos estragos materiais. O Andrew em 1992 provocou $27,3 Mil Milhões de dólares de prejuízos. Portanto, para além do risco que se corre durante a tempestade, há ainda a possibilidade do pós-furacão trazer muitas limitações e ser mesmo complicado estar na cidade.
Nos nossos quase 8 anos de Miami, decidimos sair da cidade em 3 ocasiões, uma das quais 1 semana antes do nosso casamento em Portugal, por receio que o aeroporto fechasse e nós não conseguíssemos viajar!! Mas essas decisões tiveram muito a ver com o nosso (meu!!) perfil de risco que é baixo, e não termos (ter!!) qualquer interesse em passar pela experiência. Felizmente as ameaças acabaram por não trazer grandes estragos à cidade, com os furacões a mudarem a rota à última da hora e acabando por não atingir diretamente Miami. Há sempre chuva e vento, mas não muito diferente de dias de tempestade de Inverno no Norte!!
Esperemos que a temporada de 2021 seja tranquila e que eu não fique com um novo capítulo para contar sobre como é viver em Miami Beach com uma experiência de Hurricane Season!! Fingers crossed!
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