Lima é a capital e a maior cidade do Peru. É a região metropolitana mais populosa do país e a terceira maior da América Latina, e por isso viver em Lima tem as suas particularidades. Situa-se junto à costa, é banhada pelo Oceano Pacífico e estende-se pelos vales de três rios: Chillón, Rimac e Lurin.
Segundo o último Census (2017), a região de Lima compreendia cerca de 9.5 milhões de habitantes, ou seja, 32% da população total do país (que à data rondava os 30 milhões) vivia na capital.
Os idiomas, o clima e não só
A população peruana fala maioritariamente o castelhano (herança da colonização espanhola) mas há outras línguas em destaque, nomeadamente o Quéchua e o Aimará – ambas se falam em outros países vizinhos como a Bolívia, o Equador, o Chile ou a Argentina. Na capital fala-se essencialmente o castelhano e o inglês é uma língua de aprendizagem na escola mas poucos a sabem usar. Os peruanos são maioritariamente católicos.
Lima é a segunda maior cidade localizada num deserto, logo a seguir ao Cairo, e é também a cidade onde (quase) nunca chove.
É igualmente considerada por muitos a capital culinária da América Latina, tem alguns dos melhores restaurantes do mundo e dois deles constam do Top 10: Central (#6) e Maido (#10).
Viver em Lima, descobrir a gastronomia
Falando de restaurantes, uma ida a um restaurante médio (com pratos típicos peruanos) ficará por 5 Euros por pessoa (apenas com bebida incluída) ao passo que um restaurante de gama mais alta para uns pratos mais elaborados ficará em 20 Euros por pessoa (com bebida e sobremesa incluídas). Se quisermos ir a um restaurante para aquela ocasião especial não faltam opções de restaurantes com Estrelas Michelin ou no top dos melhores do mundo com menus de degustação únicos e um preço único também. Aqui a conta pode ascender às centenas de Euros por pessoa.
Existem apps para encomenda/entrega de tudo e mais alguma coisa. As mais usadas são o Rappi, UberEats e Glovo que neste tempo de pandemia têm sido bastante úteis e mais usadas do que nunca.
O custo de vida
Supermercados
Uma ida ao supermercado para comprar o mesmo tipo de produtos fica pouco mais cara do que em Portugal. Vejamos:
1 kg de açúcar – €0.81
1 Kg de arroz – €0.90
1 Lt de leite meio gordo – €1
1 pão de forma – €1.88
1 Kg de maçãs – €1.58
1 frango inteiro – €1.92
1 pacote de esparguete – €0.90
1 garrafa de água 2.5 lt – €0.54
1 pack de 6 latas de cerveja local (Cusqueña) – €5.63
1 champô Head&Shoulders tamanho regular – €3.73
1 desodorizante marca Dove – €2.26
O vinho importado é todo ele mais caro, ao passo que o nacional (que é de menor qualidade) é baratíssimo. Por outro lado, as bebidas espirituosas são equiparadas aos valores de Portugal. Os outros produtos estrangeiros – charcutaria, queijos, bolachas – são mais caros do que em Portugal.
Não é muito fácil encontrar produtos portugueses à venda em Lima. O mais comum é o bacalhau desfiado e demolhado ou em postas finas. Também já encontramos sumos da marca Compal e Tostas da Diatosta.
O peixe é muito variado e todo ele de mar, exceção feita ao salmão. É mais barato (e de melhor qualidade) comprar peixe nos mercados locais do que nos supermercados ou grandes superfícies.
Um café fica por €1.60, um cappuccino por €2 e uma cerveja num bar ronda os €5.
Todos os supermercados têm a sua loja online onde se podem comparar preços e fazer encomendas. Eis alguns exemplos:
. https://www.plazavea.com.pe/
Mobilidade
Para abastecer o carro o combustível mais utilizado é a gasolina 95 a um custo de €0.90 por litro. Muitos optam por instalar um sistema semelhante ao GPL para sair ainda mais barato a médio/longo prazo.
E por falar em carro, neste aspecto acredito que vale a pena ter um, por dois motivos essenciais: primeiro porque o preço de um carro novo (ou usado) é consideravelmente mais barato do que em Portugal; segundo porque os transportes públicos não são seguros e altamente desaconselhados. Usar o táxi é outra opção, especialmente se se utilizam plataformas como o Uber. Os preços são acessíveis e é uma opção mais segura: podemos partilhar a nossa localização e sabemos de antemão qual o valor a pagar. Por outro lado, se utilizarmos os táxis comuns teremos sempre de negociar o valor antes de entrar no mesmo. De qualquer das formas, conduzir em Lima não é para todos. Há imenso trânsito, desrespeito entre condutores e pelas regras.
Ainda em termos de mobilidade pessoal, sendo Lima uma cidade plana, tem vindo a ser feito um investimento muito grande em ciclovias, assim que, tendo uma bicicleta consegue-se percorrer quase toda a cidade. Além de ser uma alternativa muito em conta, é também amiga do ambiente e os limenhos adoram usar as suas ciclovias.
A qualidade de vida em Lima
As vias públicas e os passeios estão impecavelmente limpos, fruto do número alargado de funcionários municipais que diariamente se ocupam da limpeza e manutenção de todos estes espaços. Pelo menos é esta a realidade em boa parte da cidade mas, como em qualquer metrópole, há zonas limítrofes que carecem do mesmo tipo de serviço.
Há igualmente imensos parques espalhados pela cidade onde a população acorre para passear os cães, para fazer atividade física ou simplesmente encontrar amigos ou descontrair.
Aos fins-de-semana muitos destes parques recebem mercado itinerantes onde se podem comprar produtos biológicos, plantas e pão artesanal.
As forças policiais (Polícia Nacional) e os Serenazgos (equivalente em Portugal à Polícia Municipal) fazem também um trabalho de proximidade muito bom. Há sempre uma presença bastante vincada de efetivos policiais ao longo das ruas e parques e dá para perceber que estão bem equipados.
No geral, a cidade de Lima é muito agradável, especialmente se se escolher viver nos distritos junto ao Oceano Pacífico. Não faltam espaços verdes, lojas, restaurantes, museus e locais de interesse para visitar. Passear junto ao mar, usufruir dos parques e andar de bicicleta em família têm sido uma lufada de ar fresco, principalmente em contexto de pandemia.
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