Uma pequena introdução às Constelações Familiares

Bernardo Ramirez

Dizem que as Constelações Familiares são muito fáceis de perceber, mas muito difíceis de explicar. Criadas originalmente por Bert Hellinger, um psicoterapeuta de origem alemã, que foi durante 20 anos missionário jesuíta junto das tribos Zulo, na África do Sul, são impregnadas pela sua história pessoal, mas já apropriadas e transformadas por muitos. Para Hellinger as Constelações Familiares assentam em duas teorias que se complementam: por um lado, na fenomenologia existencial, que descreve a experiência humana como subjectiva, pois reflete os valores, propósitos, ideais, intenções, emoções e relacionamentos das pessoas. A fenomenologia existencial preocupa-se, por isso, com as experiências e ações do indivíduo. Por outro lado, na teoria dos sistemas familiares, que define a unidade familiar como um sistema social complexo, no qual os membros interagem para influenciar o comportamento uns dos outros..

Assim, de forma muito simplificada, as constelações são representações de uma imagem interna que temos de um sistema na nossa vida, seja ele familiar ou profissional. Nesse sistema existe informação sobre lealdades, sobre sentimentos, sobre vínculos e nós. Ou seja, todos temos uma “imagem” interna, consciente ou inconsciente, dos nossos sistemas. Com as constelações conseguimos representar essa imagem, revelando as dinâmicas desse mesmo sistema, os seus bloqueios e nós, e esse olhar permite ao próprio sistema dirigir-se para uma melhor situação.

Todos os sistemas são regidos, segundo as Constelações Familiares, por três principios orientadores.

O princípio da pertença:

Uma pequena introdução às Constelações Familiares

Todos os que pertencem ao sistema têm o mesmo direito de pertencer.

Os desequilíbrios desta lei são fonte de muitas dores e traumas. Abandonos, expulsões, sentimentos de solidão e de incompreensão. Todos temos o direito de pertencer: a uma família, a uma língua, a um país, a uma cultura, e essa pertença ou a sua ausência, determinam muito do que somos.

O princípio da hierarquia:

Uma pequena introdução às Constelações Familiares

A ordem a que os elementos chegam a um sistema deve ser respeitada e cada um deve ocupar o seu respectivo lugar.

Muitas vezes a hierarquia não se respeita, intencionalmente ou por acidente. Pais ausentes, filhos que ocupam o lugar de irmãos ausentes ou falecidos. Pais que têm de ser ambos os progenitores. Todo estas alterações ao sistema procuram ajustes, mudanças e alterações que afectam a vida de todos os seus membros.

O princípio do equilíbrio:

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O equilibrio entre o dar e o receber é o princípio fundamental para todas as relações. Todos os sistemas tendem para o equilibrio.

Este é talvez o princípio que mais facilmente se identifica. Relações sem equilíbrio. Pessoas que têm muita dificuldade em dar ou receber. Dependências e pressões que tantas vezes causam desequilíbrios profundos.

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Estes três princípios, as fidelidades e os seus desequilíbrios são a parte fundamental da identidade de cada pessoa. Normalmente os temas de cada um cabem dentro de um, ou vários, destes temas. Outras tantas vezes são estes nós, alguns de nosso conhecimento, mas tantos que não conhecemos que determinam a nossa identidade e comportamento.

As constelações são uma ferramenta poderosa para identificar a origem dos nossos bloqueios e encontrar formas de nos sentirmos mais na nossa pele. Normalmente feitas em grupo, também se pode trabalhar temas com bonecos ou objectos (de forma individual) ou em grupos através da Internet.

No próximo dia 10 de Dezembro, pelas 18 horas de Portugal, vou organizar um workshop gratuito e online sobre Constelações Familiares, onde iremos falar das constelações, dos seus temas, e até participar de exercícios para desenvolver as nossas capacidades e aprender um pouco mais sobre as Constelações. Se se quiserem inscrever basta irem a https://www.eventbrite.pt/e/bilhetes-introducao-as-constelacoes-familiares-451891237857 e obviamente agradeço toda a divulgação que puderem fazer.

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Bernardo Ramirez (nascido em 1974), é apaixonado pelos seres humanos e pela vida. Encontrou-se nas Constelações e por essa razão formou-se como facilitador de Constelações Familiares e Organizacionais. Com mais de dez anos de trabalho nesta área procura sempre estar ao serviço da ordem da vida. É estudante permanente e interessa-se por temas de Desenvolvimento Humano, da Comunicação e pela Tecnologia em geral.

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