No passado mês de Setembro comemorei uma década em Espanha e deparei-me a pensar que o tempo, literalmente voou sem mais e que este tempo, por vezes corre sem cessar e quando nos apercebemos, já vivemos tantas coisas e passámos por tantos momentos.
Uma década em terras Espanholas
Setembro é normalmente assinalado como um mês de mudanças, onde voltamos à realidade, depois daquelas férias de verão na praia ou no campo ou aventuramo-nos por novos campos e este foi o meu caso. Naquele ano 2012 sai do Porto confiante, rumo a uma nova aventura e aqui sigo passados 10 anos.
Os primeiros três anos foram passados em Madrid, uma cidade enorme que assim como Nova Iorque é a “cidade que não dorme”: O processo de adaptação foi fantástico, não tive qualquer tipo de entrave. Talvez fosse sorte, mas tive a oportunidade de conhecer pessoas que me acompanharam e estiveram comigo em todos os momentos, uns ainda seguem, outros deixaram de acompanhar a minha jornada.
Mas eu sou daquelas pessoas que acredita que a vida é feita de encontros e desencontros e por muito que possa doer ou até mesmo por bem ou por mal, algumas pessoas são peças temporárias na jornada da nossa vida e apenas marcam presença, durante o momento que tinham que marcar e era essa a sua missão.
Depois de vários empregos, estudos e umas quantas mudanças de casa em Madrid, em 2014 conheci o meu marido, e veio a grande mudança, a qual levou-me em 2015 para Murcia, região de onde ele é natural.
Aqui sim a mudança teve um impacto forte e custou bastante ao princípio, pois ainda que esteja no mesmo país, fui para um lugar desconhecido, onde as pessoas são mais fechadas e tranquilas. O processo de vir de um rebuliço como é Madrid e querer seguir no mesmo ritmo é complicado. No entanto, com o decorrer dos tempos, fui-me adaptando e hoje continuo a adorar Madrid, mas creio que depois de 7 anos, já me acostumei a viver num lugar mais pacato e a usufruir dessa qualidade de vida, que infelizmente Madrid não oferece.
Madrid é uma cidade muito intensa, grande, onde andas sempre a correr, tem uma grande oferta cultural, é super cosmopolita, no entanto é tudo demasiado intenso.
Segundo a minha experiência, esta intensidade foi positiva durante os tempos de estudante e solteira, no entanto depois também começou a ser um pouco arrebatadora.
Actualmente Murcia tem um mercado laboral bastante completo, onde não existe tanta concorrência. Os salários são um pouco inferiores, mas o custo de vida também é mais acessível, tudo isto numa cidade pequena, pacata, onde “toda a gente se conhece” e que está dentro da província, a qual pode não ter a elevada oferta cultural de Madrid, mas em compensação tem grandes extensões de campo e praia, e para formar uma família, não há dúvida que acaba por ser uma melhor opção.
Booking.comO que espero da próxima década em Espanha
Sobre o dia de amanhã, não sei o que virá, mas quem o sabe? Já tive vontade de voltar ao meu Porto e até já disse que nunca mais voltaria. De momento as voltas são escassos dias, para matar a saudade de pessoas e lugares.
O amanhã é incerto, mas não me preocupo com isso….. Nesta década em Espanha vivi momentos momentos de ansiedade, por um futuro que ninguém sabe o que pode trazer, isso deixou-me triste, arrebatada e insatisfeita e foi aí que vi que tinha que mudar o “chip”, e mudei a estratégia, e decidi que podia fazer planos, mas não tornar isso uma obsessão. Compreendi que precisava viver o dia-a-dia com tranquilidade e desfrutar dos bons momentos.
Estes últimos anos e vivências trouxeram-me equilíbrio e tranquilidade e é isso que busco para o futuro, independentemente do lugar onde eu esteja, o que importa é que me sinta bem.
Lê também: