Sou o André Gomes, vivo em Sófia desde 2017, cheguei no dia 2 de Abril de 2017 com apenas 26 anos, e hoje tenho 33.
Sete anos depois…
Após ter vivido milhares de experiências e de estar completamente bem inserido na sociedade Búlgara, muitas vezes até demasiado bem inserido.
Falo Búlgaro A2, entendo muito mais do que falo. Admito que sou tímido, porque às vezes a atenção das pessoas para mim quando falo Búlgaro e aquele olhar em câmara lenta enquanto tento arranhar algo, deixa-me envergonhado. Não é uma língua fácil de falar!
Já me aconteceu muita coisa durante este tempo, a minha vivência aqui em Sófia não é nada equiparada a muitas das experiências das outras pessoas que estão aqui em Sófia, mas a minha vida é a minha vida, e a vida dos outros é a dos outros. Mas mesmo assim foram muitas experiências muito vividas, muito emocionais, e que muitas das outras pessoas que vivessem esta mesma experiência ficavam mesmo… “Wow. O que aconteceu aqui? O que é que eu estou aqui a fazer?”
Houve muitas coisas positivas que eu vivi e tive grandes experiências que adorei. Muitas das coisas que eu já fiz e que me orgulho, uma delas é ter finalmente publicado o meu livro, o meu primeiro, que se chama “Poemas Movem Montanhas”, e que publiquei em 2019.
Nessa altura foi uma altura muito complicada, não vou atrever a dar muitos detalhes, mas foi difícil, e depois o momento em que veio a pandemia foi algo que me trouxe algo novo, mas bastante negativo. Ainda tenho essas feridas desse mesmo passado, mesmo que eu tento ao máximo não falar delas e não pensar na experiência negativa, porque eu adoro viver experiências positivas e não pensar no passado. Sou um bocadinho dramático, é verdade, e quem me conhece, se eu experimentar falar de alguma coisa, eu vou ficar bastante emocionado e a falar com aquela paixão na voz. Mas faço o meu melhor para que possa trazer pensamentos positivos no momento, e sorrir, é muito importante sorrir.
Gostaria de partilhar convosco, com os leitores da Vida Sem Fronteiras, como uma pessoa que vive em Sófia, na Bulgária, há sete anos, e se algum de vós for novo neste caso das emigrações, eu recomendo que desfrutem todas as experiências possíveis.Deixem-se ir por qualquer experiência, mesmo que haja um choque cultural no momento, deixem-se ir, é uma experiência, não se deixem ir pelo fácil, porque o fácil nem sempre é o mais fácil, por assim dizer, e muitas vezes, como dizem os meus pais: “se te metes em atalhos, metes-te em trabalhos”
Qualquer um de nós tem o direito a experienciar e cada um pode evitar o choque cultural, mas há sempre uma recomendação: Vivam-no! Da minha parte, tive muitos choques culturais, porque é uma experiência e um conhecimento que cada um vai ter para o resto da vida.
Tive muitos, de facto, mas depois pensei, “Espera aí, se isto acontece aqui, também pode acontecer em outros lados, isto também acontece em qualquer país. Bem, se isto acontece, significa que afinal não é um choque cultural, mas uma experiência vivida.”
A quem estiver a ler este artigo e que queira partilhar as suas vivências um dia, é bem-vindo. Era muito bom que houvesse uma plataforma em que cada português pudesse partilhar as suas experiências via vídeo, seja qual for e qual for o país em que tenha vivido todas estas mesmas.
Participei em dois projetos “Apanhados na Rede” e o outro “Portugueses no Mundo”. Aqui podem conhecer-me um pouco melhor, a mim e ás experiências por que passei.
Este ano publiquei o meu segundo livro, um livro apenas, não me satisfez, e tinha tanto material reunido nos últimos 20 anos (tinha 13 anos quando comecei). Quando quando vim para a Bulgária é que descobri o mundo do Self publishing. Não é um processo fácil, muitas noites sem dormir e que não voltaram atrás. Mas mesmo assim lutei. Há muitas batalhas silenciosas que se desenvolvem nas noites em branco e isso apenas ampliou o meu mundo. Finalmente concluí o que comecei aos 13 anos, mas acredito que foi preciso ter saído de um local onde as oportunidades eram reduzidas e limitadas. Estou orgulhoso do que consegui fazer até agora! Irei continuar a lutar até conseguir colher os frutos do meu trabalho árduo, seja esse qual for.
Em 2022 fiz uma promessa de criar um projeto que pudesse ajudar outros escritores que se chama “United Writers in Sofia” que visa ajudar escritores e criar eventos culturais.
Em 2023 lutei sozinho contra a maré, a promover o meu projeto que quero transformar numa fundação global. Não tenho tido muito sucesso porque é mesmo muito difícil. No entanto, numa nota positiva, o Verão foi cheio de eventos em que eu li a minha poesia e promovi-a. Organizei o evento do 10 de Junho e foi um sucesso.
Em 2024 será tempo para lutar para que o meu livro ou romance seja publicado com uma editora tradicional em Portugal. Mais uma batalha silenciosa. Muitas editoras em Portugal não são tradicionais, mas predadoras, as Vanity.
A minha página na Amazon com todos os meus livros
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