Relacionamentos à Distância

Margarida Carrilho

Com relacionamentos à distância ou não, o dia mais romântico do ano para a sociedade ocidental aproxima-se. Aqui por Inglaterra, os supermercados, únicas superfícies comerciais abertas nos tempos correntes, enchem-se de rosas vermelhas, chocolates, Prosseco e com corações por todo o lado.

Há ideias e dicas para celebrar o Valentines Day em casa para manter o romantismo aceso. Pessoalmente, nunca foi um dia que me dissesse grande coisa, por ser extremamente comercial. Sempre achei que amor e romantismo não se devem sujeitar a datas impostas. 

Durante 3 anos estivemos longe

Curiosamente, foi no primeiro ano de casamento que comecei a gostar mais deste dia. Isto porque, durante três anos de namoro, eu e o marido vivemo-lo sempre a uns bons 2000 km um do outro. Curiosamente, só passámos um ano “juntos” já que, eventualmente, voltamos a viver, novamente, em países diferentes.

Se em Fevereiro de 2020, quando o marido se mudou para a Polónia, me dissessem que iriamos ficar meses a fio sem nos vermos, vivermos os confinamentos e aniversários em cada país sozinhos, sem data ou previsão de nos revermos, achava que era uma piada de mau gosto. Mas não foi. Durante o namoro, muito antes da pandemia, a distância era facilmente encurtada com voos low cost, escapadinhas e encontros em diferentes cidades da Europa. Agora, na conjuntura atual, a coisa mudou de figura. Viver longe sem sabermos quando nos voltamos a ver não é de todo fácil, mas acreditamos que será temporário. 

Distância fortalece o relacionamento

Para sobreviver a estas relações à distância, a comunicação é essencial e indispensável, a partilha de pensamentos, de medos e frustrações. Na minha modesta opinião acho, sinceramente, que casais que passam por estas experiências saem mais fortes, resilientes. Há até estudos que defendem mesmo que os relacionamentos se tornam mais fortes e nutridos. 

Naturalmente, num relacionamento à distância, os dias “especiais” ganham outro sabor, que se estivermos longe se torna ligeiramente amargo, que nos relembra que não podemos estar com quem mais gostamos. Mas, se mesmo dos limões mais ácidos se pode fazer limonada, também se consegue arranjar formas de sobreviver ao dia 14 de Fevereiro sem estar fisicamente com a nossa cara metade. 

Entre pizzas, postais e flores, entregues em casa ou no trabalho, jantares “românticos” pelo skype e muita força de vontade, consegue-se sempre criar bons momentos que ajudam a manter a chama acesa. 

E, a melhor parte, é saber que por mais que dure o afastamento físico, acaba sempre por, um dia, chegar ao fim.

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