Processo de Adoção de animais

Joana Almeida Santos

Processo de Adoção de animais no Reino Unido

Já diz o ditado que: “Uma casa só é um lar quando temos um animal.” Verdade ou não, no Reino Unido o processo de adoção de animais pode ser também o início de um pesadelo. Talvez não um pesadelo, mas um processo longo e chato. Ao contrário de muitos países, aqui não há animais abandonados, felizmente. Embora se vejam muitos gatos na rua normalmente estes tem dono e, caso não tenham, são rapidamente sinalizados para serem recolhidos por instituições de apoio a animais.

Embora o Reino Unido tenha uma política muito forte de “adote, não compre” a verdade não é assim tão fácil de adotar. Vamos então por partes:

O primeiro passo será sem dúvida pesquisar instituições de animais. Existem algumas mais locais, pergunte a colegas de trabalho ou em grupos do facebook. As nacionais mais conhecidas são a Blue Cross e a Battersea Dogs & Cats Home. 

Até aqui tudo é fácil, as primeiras dificuldades podem começar aqui. As associações nacionais não só são difíceis de aceder como têm listas de espera gigantes. Tente encontrar alguém mais perto de si com quem consiga estabelecer contacto mais rapidamente.

Depois de estabelecer contacto a associação irá visitar a sua casa para perceber se tem condições para receber um animal. Irão ver todas as divisões, jardim, localização da sua casa, etc. Alguns dos pontos que poderão ajudar/prejudicar a sua candidatura ser aceite são:

–          Viver em casa própria Ou casa arrendada

–          Ter filhos Ou não ter filhos

–          Viver numa vivenda Ou viver num apartamento

–          Viver numa rua movimentada Ou viver num cul-de-sac

–          Ter jardim ou nao

–          Ter intenção de deixar o animal ter acesso a rua (no caso de um gato)

–          Se trabalha full time Ou part time

–          Se está sempre alguém em casa ou nao

–          Como ira fazer quando vai de férias

–          Se tem outros animais

Caso a sua candidatura seja aceite então entra numa lista de espera para poder aceder aos animais que estão em condições de ser adotados. Poderá ter de esperar semanas ou meses para que chegue a sua vez. 

Não se admire se fizerem perguntas muito invasivas sobre a sua vida. No nosso caso perguntaram até se iríamos marcar férias quando o animal chegasse (no nosso caso um gato).

Vou agora contar o nosso caso. Em 2015, quando compramos uma casa, decidimos que iríamos adotar um gato. Tal como muitas pessoas esbarrámos na burocracia. No nosso caso nunca conseguimos chegar à fala com associações nacionais. Tentamos com associações locais mas não nos queriam deixar adotar um gato porque tínhamos um “problema”, não queríamos que o gato tivesse acesso à rua porque achamos perigoso (o número de gatos mortos por atropelamento, ou atacados por raposas é gigantesco aqui). Fecharam-nos a porta várias vezes, pensamos que teríamos de comprar um gato (que vai contra os nossos princípios).

Uma colega minha falou-me na “World Animal Friends Rehomed” – https://www.facebook.com/groups/336980226437143 que se foca na adoção de animais com algum tipo de deficiência de países como a Roménia, Egipto e Grécia. Para eles o facto de nós não querermos que o gato tivesse acesso à rua seria uma vantagem porque muitos destes gatos têm deficiências visuais. E foi assim que chegamos ao encontro da Shelly, a nossa muito pachorrenta gata. A Shelly tem uma pequena redução visual que faz com que não consiga, por exemplo, saltar para cima de uma mesa ou saltar uma cerca. Isto é perfeito para o nosso caso uma vez que assim pode aceder ao nosso jardim e temos a certeza que não consegue sair.

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