Porquê Malta?

Vera Azevedo

Porquê e como Malta? a pergunta que já perdi a conta de quantas vezes me fizeram!

Malta surgiu de forma muito aleatória na minha vida. Em 2017 trabalhava para o Banco de Portugal e ia ser lançado um programa que achei super interessante, no qual poderia ir para outro país, por 6 a 9 meses, para um determinado projeto. Nunca tinha vivido fora e achei que era o momento certo para tentar. Dei uma vista de olhos aos projetos todos e o único na minha área era precisamente em Malta (país sobre o qual muito pouco tinha ouvido falar).

As primeiras semanas em Malta foram de descoberta.

Alguns meses mais tarde, em Setembro, era hora de ir então para a aventura.

Na altura não havia voos diretos de Lisboa, pelo que tive de fazer escala em Frankfurt. Ora, saí de Lisboa de manhã, com bom tempo de Setembro, cheguei ao Outono fresquinho de Frankfurt e, às 23h, quando aterrei em Malta, foi tempo de sentir o calor e humidade terríveis. Em 2 segundos senti que estava toda pegajosa. 

  • Perceber que raio era isto, este país de 27 x 14 km, mas no qual para se fazerem 3kms parecia que se estava a ir de Lisboa a Cascais tal era a volta que se dava e o tempo que se demorava. 
  • Perceber porque é que as pessoas estavam sempre a “discutir”, que vim depois a perceber que afinal é só a maneira dos malteses falarem.
  • Perceber porque é que todos chamavam vezes sem conta pelo meu nome (Vera), que afinal em Maltês equivale a um “a sério?” e por isso se ouve a toda a hora.
  • Descobrir cantinhos para mergulhar por toda a parte, com uma água incrível, transparente e quentinha.

Ler e pesquisar sobre Malta para conseguir conhecer tudo. Afinal, num país tão pequeno não podia ser difícil ficar a conhecer tudo, pensava eu.

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Surpreendente Malta

E Malta, aos poucos, foi surpreendendo. O ambiente de trabalho era ótimo, o equilíbrio trabalho-vida pessoal fora de série, e estes 316km2 provaram ter muito para ver, imensa história e muitas coisas para descobrir.

Com tudo a corer tão bem, quis ainda o destino que me cruzasse com aquele com quem hoje sou casada. Se já tudo me puxava para estender a estadia em Malta, este foi mais um factor que me puxou. Depois de muitas voltas e decisões, lá aceitei o contrato com a empresa de Malta e acabei por ficar sem data de regresso.

O tempo continuou a passar e nós fomos assentando cada vez mais e por aqui continuamos. 

O equilíbrio trabalho-casa e o respeito pela vida das pessoas, da minha experiencia, é muito grande. As condições laborais e salariais não têm comparação possível com Portugal. Os impostos são mais baixos e mesmo assim temos direito a muito mais coisas. A localização é ótima para quem, como nós, gosta de ir saltitando e fazendo viagens curtas e baratas. E, sendo a 3 horas de Portugal, acabamos por conseguir ir lá muitas vezes, tornando a distancia mais curta. E assim o “porquê Malta”.

Assim, Malta, por agora, continua a manter-nos por cá. Tem as suas limitações, como é óbvio, e uma enorme falta de natureza que vamos colmatando com as viagens, por sua vez possíveis por estarmos por cá e isso nos dar condições para o fazer com alguma facilidade.

Para sempre não vai ser, mas Malta durará mais uns aninhos com certeza.

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