Acabar o 12º ano na Suécia é sinónimo de festa e celebração à “grande”! Mitt barn tar studentent! É um ciclo que se fecha e ao mesmo tempo uma oportunidade para o começo de novos ciclos.
Os alunos acabam o ensino secundário (gymnasiet) com 19 anos visto começarem a escolaridade com 7 anos. Isto pode parecer um pormenor mas sinto que faz uma grande diferença. São alunos que têm uma maior maturidade e estão prontos para abraçar a primeira experiência profissional.
E depois de terminar o 12º ano na Suécia?
A grande maioria dos alunos não continua os estudos na universidade; uns vão viajar, outros vão trabalhar para juntar dinheiro para mais tarde viajar; outros trabalham e juntam dinheiro com outro objetivo, outros vão fazer voluntariado, etc…. Uma panóplia de oportunidades que os estimula a fazer escolhas, aprender com os resultados dessas escolhas, adquirir experiência que lhes permitirá no futuro perceber melhor o que querem fazer mais tarde.
Ir para a universidade pode acontecer por volta dos 30 anos ou até 40…..é uma opção individual.
O curso/a área que os alunos vão estudar no 10º ano está dependente da nota final do 9º ano (um pouco como o processo de ingresso na universidade em Portugal).
Os festejos
O terminar o 12º ano é tão importante e é tão festejado que me lembra o final de uma licenciatura em Portugal.
O grande dia chega! O reitor discursa. Os alunos levam um chapéu na cabeça com o interior forrado com um motivo à escolha (o meu filho escolheu a bandeira do seu país). Juntam-se, cantam, lançam o chapéu ao ar, correm para familiares e amigos que os esperam no meio de uma pequena multidão. Claro que durante a pandemia, a multidão era apenas os familiares mais próximos; tudo foi diferente.
Apesar de tudo, os meus pais conseguiram vir para viverem este dia connosco e foi inesquecível tê-los cá! Para facilitar este encontro, os pais levam um cartaz grande com uma fotografia do aluno quando era criança, com o nome do curso e o ano em que começou o 10º ano. Assim é mais fácil para o aluno localizar o seu “grupo”.
Quando encontram os familiares e amigos, são recebidos com euforia e é-lhes entregue, flores, uns apitos e peluches que penduram ao pescoço e uma bandeira do seu país (aos alunos estrangeiros ou suecos mas com dupla nacionalidade como é o caso de milhares de refugiados). Depois os alunos percorrem as ruas da cidade com a bandeira ao vento. É um momento emocionante e incrivelmente tocante ver o orgulho destes jovens a passear a bandeira dos seus países. Não sei se alguma vez uma bandeira de Portugal tinha voado pela cidade de Norrköping. Foi uma alegria!
De seguida vem o um convívio em casa do aluno com amigos e familiares. Os nossos “comes e bebes” foram “à portuguesa” e por isso não sei dizer o que comem os suecos nesta ocasião.
A alegria e emoção de uma mãe emigrante
Foi um dos dias mais especiais da minha vida! Ver o culminar do percurso de estudos do meu filho e perceber os esforços e as conquistas que este implicou foi emocionante. Veio para a Suécia com 12 anos, pré adolescente, teve que aprender a língua sueca, adaptar-se a um sistema de ensino muito diferente do português, conseguir notas no 9º ano para frequentar a área que queria e por fim, terminar este caminho com êxito.
Agora é esperar que o futuro lhe traga o que ele deseja. É-lhes incutido na escola que eles podem ser o que quiserem! Isto é um bálsamo de confiança e esperança que os acompanha. Espero que ele vá caminhando pela vida e descubra como usar todas as suas potencialidades (todos as temos!) para alcançar os seus objetivos!
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