Hoje lembrei-me de várias coisas do passado. A nostalgia paira no ar! Talvez esteja um pouco nostálgica porque faz anos um dos amigos que tínhamos no México e fazíamos sempre uma grande festa. Era um dos amigos a que podemos chamar família, com quem passámos vários momentos.
Isto de viajar e mudar de países é maravilhoso. É muito emocional pois deixa por onde passamos uma parte de nós que vamos sempre, como aqui dizem em espanhol, “extrañar”!
Nostalgia, porque deixa saudade
Os Mexicanos são super acolhedores, muito cordiais, “mi casa es tu casa”, sempre com comentários engraçados, divertidos, gulosos, adoram as “botanitas” sempre muito coloridas, sempre prontos para a festa, muita festa e comida variada, diferente de tudo o que provei até à data, sempre com muito chili … até nas piadas!
A saída do México foi difícil por vários motivos. A expectativa de ainda mais 2 anos pela frente deixou de existir de um momento para outro. Tivemos que encontrar alternativas com muitas incertezas do futuro profissional, sem saber o país que calharia ao meu marido e como resolver o tema das escolas, especialmente com o mais velho a dois anos de terminar. Depois, as tralhas acumuladas, mas isso são bens materiais que se oferecem aos amigos, à Igreja, vendem-se por pechinchas. Outras empacotam-se, outras vão fora porque não as podes levar ou porque não tiveste tempo ou porque não há espaço. Agora vem o mais difícil, os amigos que passam a família. E com a falta desses amigos chega a nostalgia.
Uma nova descoberta
Com a chegada à Colômbia, temos que fazer novas amizades, o que com esta pandemia não é tão fácil. Onde vivemos estamos longe da comunidade portuguesa e como tal o único contacto é com vizinhos Colombianos. Os Colombianos são também malta de festa e boa gente, se bem que aqui em Bogotá parecem-me bastante reservados e de pouco convívio a não ser que seja com a família.
Os Colombianos de Bogotá (há que distinguir dos da costa que são completamente diferentes) são sérios, muito desconfiados, as suas festas são mais privadas, são pouco acolhedores, claro com alguma excepções que pouco, muito pouco, tenho vindo a conhecer. Gostam de complicar um pouco devido a excessiva burocracia. Há que referir que depois de os conhecer são um pouco mais abertos ao convívio!
A comida é simples e mais parecida ao que conhecemos, adoram sopas tipo “da pedra” com tudo a boiar, em casa há sempre plátano para fazer os deliciosos “patacones con hogao” que acompanham a carne e o arroz, que não pode faltar!
Experiencias Colombianas
Dica importante
Não tentem fazer os famosos buñuelos. São bolinhas de massa de milho com queijo e frutos. Lindos e deliciosos e típicos da época de Natal mas é melhor comprar feitos. Aqui esta Tuga aventureira questionava por que todos compravam e pensei que eram melhor feitos em casa, e como ia receber uns tantos amigos decidi fazer essa iguaria. Explosões tipo bombas de óleo a ferver, tecto, fogão, chão, cara ainda hoje marcada, mãos pernas e muito muito óleo. Não vale a pena o esforço, os que não explodiram (tinham o queijo adequado) foram no entanto muito apreciados e elogiados, mas a mim já não me apanham noutra!
Os Colombianos e as decorações
Ainda acabamos de sair do Halloween já começam a colocar os preparativos para a nova festa com tudo que têm direito, balões mais balões, luzes, renas iluminadas, trenós, velas gigantes, o Pai Natal a subir pela varanda, insufláveis de bonecos de neve nas janelas e portas. Todos os cantos da casa iluminada, prontíssima para o Natal.
Quando deixamos uma parte de nós levamos a nostalgia connosco
Um dia estarei noutro lugar, se Deus assim quiser, a escrever como sinto falta destes colombianos e tudo o que vivi por aqui. Somos ‘tugas’ e como tal temos sempre ligada a nós a palavra Saudade! Uma nostalgia que nos acompanha.
Por isso e para deixar claro, há que viver o dia hoje, agradecida por tudo o que temos vivido e conhecido, e pelos amigos e lugares que vamos deixando, a nossa ‘huella’!
Quando começamos a fazer esta vida de mudanças de países há algo que vamos aprendendo a fazer: o desapego. Hoje é muito mais fácil porque estamos a um botão de ver/ouvir a família e amigos. Mas não deixamos de sentir nostalgia. Toda a farra, comidas, paisagens, cultura aprendida, momentos vividos, na verdade é o que mais saudades nos dá são essa relações próximas que vamos deixar de ter.
Dica: não dizer um adeus para sempre porque não sabemos o dia de amanhã, e deixar um até logo e, se possível, manter contacto. Esse naturalmente vai diminuindo, mas é de uma forma recíproca e está ok. Algo tenho aprendido, que quando são amigos com A grande, podes estar anos sem vê-los ou até falar, mas quando nos encontramos é como se o tempo não tivesse passado. Acho que todos nós vivemos isso com alguém. E isso é maravilhoso.
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