Depois dos 30 o tempo passa mais rápido

Catarina Andrade

Por aí também tem a sensação que depois dos 30 anos o tempo passa mais rápido? Vivi toda a minha infância e adolescência em Portugal, no mesmo local, com os mesmos amigos de sempre. As nuances surgiam por vezes em férias e viagens que fazia onde convivia com outras pessoas.

Na altura tinha “pen-friends” (quem por aí também teve pen-friends?). Dispendia horas a escrever cartas e ansiava pelas respostas. Correspondia com pessoas de Inglaterra, de França, do Brasil e do Dubai. Foi um hobby que tive durante muito tempo. Também realizei algumas viagens ao estrangeiro, pela escola e com amigos, onde comecei a ter uma “vida sem fronteiras”.

Os 20

Quando entrei para a faculdade, mantive as minhas amizades de sempre e fui aumentando a convivência com outras pessoas de locais muito distintos, tinha colegas de Caminha a Sagres. Com tantos contactos sociais tudo era sempre uma festa, à volta dos estudos, das amizades e convívios. Com 20 anos fui para Erasmus, já contei algumas curiosidades da minha experiência em Itália num artigo precedente (Erasmus em Roma), a minha convivência internacional aumentou em muito nesse período. A minha lista de contactos passou a ser mais extensa e o local de residência das pessoas bastante díspar.

Havia tempo para tudo: estudava, trabalhava e tinha tempo para muito convívio. O sono nessa altura não era uma necessidade e a sensação é que os dias tinham 48 horas porque tudo acontecia.

Quando me mudei para o Luxemburgo parece que tudo aconteceu. Num país diferente, com forças redobradas, a querer mostrar tudo o que podia e sabia. Na casa dos 20, o sono e o cansaço não passa por ninguém. O ambiente internacional contribuiu muito para o que fui construindo (falei da minha experiência no Luxemburgo.)

Depois dos 30…

Quando fui mãe, o que coincidiu com a década dos 30, parece que tudo começou a voar e que o tempo deixou de chegar para tudo. Acredito que não tenha a ver com o facto de ser mãe mas muito mais com os 30s. As prioridades mudaram, as responsabilidades também. Passamos a ser o coração de tudo. Tudo depende de nós e queremos estar presentes em todas as frentes. É um prazer conseguir chegar a todo o lado mas não podemos fazer mais do que conseguimos. Não vale a pena desesperarmos. A pandemia veio-nos colocar os nervos mais à flor da pele. Tenho a sensação que as pessoas andam menos calmas e algumas menos felizes. Estamos a entrar no novo ano, período de reflexão e faço votos que todos estejam e fiquem bem. Sorriam e orgulhem-se de tudo o que já fizeram e fazem. Tal como diz o provérbio: “quem dá tudo o que tem a mais não é obrigado”.

Votos de umas boas festas para todos e sejam felizes, cá e além fronteira!

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