Ponto da Situação do Covid-19 no Quénia
Medidas iniciais
É verdade que nunca abordei o tema “COVID-19” e qual é o ponto de situação no Quénia.
Posso-vos dizer que quando esta pandemia apareceu, achou-se que era o fim do mundo. Muitas pessoas perderam o seu emprego e com isso a sua casa por não terem fonte de rendimento.
O Presidente queniano criou logo medidas e decretou logo o fecho das entradas e saídas do país, só residentes que quisessem regressar é que podiam entrar, fecho das escolas e confinamento das 18h até às 5h da manhã. Sobre as escolas foi criado e implementado todo um sistema educativo online e à distância. Lá viram que resultava noutro país qualquer! Adivinhem! O resultado final foi desastroso. Porquê? Porque a grande maioria da população estudantil queniana não tem acesso à internet em casa. Portanto, encontram-se todos a repetir o ano escolar de 2020-2021. Infelizmente, “quando se quer dar um passo maior que a perna”, o resultado não pode ser positivo.
Quanto ao confinamento, de horários, foi variando ao longo destes anos e o mais importante era respeitá-lo, a não ser que quisessem levar com gás lacrimogêneo ou com o bastão da polícia. Finalmente, no fim do mês de outubro de 2021 foi declarado o fim do confinamento e as saídas à noite voltaram. Se foi uma boa decisão? Por um lado, sim, por outro, o COVID-19 chegou em força a Nairobi. Aqui, a cultura “da noite” é enorme e todos queriam ir a todo o lado, e foi o máximo para o vírus se espalhar.
Eu própria, que não saí para lado nenhum, fui infectada e foi assim que passei o meu pós-natal.
Outra coisa que existe desde o início e perdura até aos dias de hoje, é o álcool gel e o termómetro corporal à entrada de qualquer espaço, e o uso de máscara que também é obrigatório seja na rua ou espaço público!
Números no início de 2022
Gostava de partilhar com vocês os números reais de mortos, infectados, recuperados, etc. e de vos dizer o ponto de situação neste início de 2022. Mas honestamente, não faço a mínima ideia. Acho que nem o Presidente! (Podem ver os dados atuais nas fotos)
Nas notícias pouco se fala sobre o assunto, a não ser que tenham recebido um grande envio de vacinas e estejam a apelar à população para se vacinarem. E, gosto que assim seja, fico cansada cada vez que vou a Portugal e os noticiários só falam do mesmo – COVID, como se não houvesse mais nada no respetivo país e no mundo.
Ah… E houve tanta falsificação de números, no início desta pandemia, para obterem ajudas externas que até hoje não se sabe a realidade. Mas, como assim, passados 2 anos ainda não se sabe? É verdade, porque até há pouco tempo, e vi com os meus olhos, muitos dos testes PCR feitos em certos laboratórios davam negativo, mesmo sendo positivos. Isto, para podermos continuar a viajar. Até que o Dubai começou a suspeitar. (No Dubai existe uma grande comunidade de quenianos e o avião de ida e volta vai sempre cheio, mesmo com este vírus.) E foram apanhados! Neste momento, os quenianos não estão autorizados a entrar no país. E como “a vingança se serve fria”, o Quénia também fechou as fronteiras ao Dubai.
Por último, e o mais triste, é a história das vacinas. Logo de início foi-lhes disponibilizado e enviado a “AstraZeneca”. A população, toda empolgada, foi logo a correr para ser vacinada e durante muito tempo só havia esta disponível. Mas, como há sempre um mas, esta vacina AstraZeneca é a que não é reconhecida pelo resto do mundo. Mais conhecida por “Covishield” produzida na Índia! Como devem de imaginar, neste momento, muitos dos Ministros dos Negócios Estrangeiros do Continente Africano estão revoltados e juntaram-se para enfrentar políticos mundiais e reivindicar que isto foi uma jogada geopolítica. Porque, no fim de contas, quem levou esta vacina, mesmo tendo um certificado, não pode viajar para fora do país por não ser reconhecida.
Faz de conta
O Quénia é muito bom, mas mesmo muito bom a tomar medidas. É sempre dos primeiros países a fazer parte de qualquer coisa. E a implementá-las?! Nunca há uma avaliação prévia se realmente vai resultar por cá. Voltamos à mesma situação, neste momento a entrada em espaços públicos só é permitida com o devido certificado de vacinação. O aviso está lá, mas ninguém nos pede nada! E a vida continua porque a economia não pode morrer, e já estamos habituados a viver neste faz de conta!
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