Estamos no médio oriente, portanto há apenas duas coisas que não vão encontrar facilmente, de certeza: carne de porco e álcool.
É um bocadinho estranho ir ao MacDonald’s e não encontrar um McBacon, ou ir jantar fora e a lista das bebidas incluir toda a espécie de sumos e cocktails sem álcool, sem existir um vinho ou uma cerveja sequer. Principalmente quando o restaurante mais parece um daqueles saídos da lista de cinco estrelas Michelin.
Contudo, em vários hotéis da cidade, os restaurantes estão autorizados a servir álcool aos expats, bem como bares e discotecas também dentro dos hotéis. Se a pessoa quiser consumir álcool em casa, pode adquirir uma licença e ir comprá-lo ao sítio determinado. Convém dizer que os preços são muito mais caros que o normal. Quem for apanhado com álcool no sangue, a conduzir ou em exercício da sua função profissional, arrisca-se a ser preso ou despedido.
Em relação à carne, galinha e borrego são os reis dos pratos. Aqui, os Hot-Dogs são de galinha, os enchidos podem ser de vaca, o presunto é de vaca, enfim.. toda uma nova experiência culinária a quem vem com vontade de provar novas coisas. Esqueçam é o entrecosto e a entremeada!
Tudo isto (e muito mais!) salta à vista assim que passamos as primeiras horas em Doha. Não presenciei até agora nada que me pudesse chocar culturalmente. Da mesma forma que, não me senti minimamente intimidada por ser ocidental. Penso que a base desta fórmula é o respeito.
Obviamente, existem situações mais ou menos caricatas, à medida que vamos passando mais tempo na cidade. Mas, em momento algum, senti que estaria desprotegida por não professar a mesma fé, ou vestir-me de forma diferente. Doha, definitivamente, não dói. Pode ser estranha, à partida, mas depois acabamos por nos acostumar.