Quando sinto casa o país que escolhi?

Ana Carreira

Vim porque quis mudar de ares e naquela época precisava mesmo de sair da minha zona de conforto, Espanha foi uma escolha por mim tomada. Contudo o que me faz sentir casa o país que escolhi!?

Espanha foi para mim uma escolha não uma obrigação

Quando a Teresa me propôs este artigo, foi em tom de brincadeira que lhe enviei um áudio pelo Whatsapp e lhe disse: “Oh Teresa, queres que eu fale da minha relação de amor/ódio com Espanha?”. E ainda que fosse na brincadeira, é assim que eu me sinto ao longo destes 10 anos. 

No meu ponto de vista, acho que todos passamos por esta relação de amor/ódio, com o país que nos acolhe, inclusive com o país que somos provenientes, ou até mesmo com os países ou cidades onde chegamos a viver. Nada é perfeito e passamos por várias fases que nos fazem gostar mais ou menos do lugar onde vivemos.

Como já contei várias vezes, no princípio vim viver para Madrid e foi uma escolha acertada naquele momento. Desde miúda que eu tinha uma “queda”, pelo país vizinho e aos 23 aventurei-me a passar para o outro lado da fronteira.

O meu primeiro ano foi fantástico, aproveitei ao máximo, a adaptação foi super positiva, afinal era tudo novidade. Isto tudo já o relatei em outros textos e não quero ser repetitiva.

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Em resumo, eu penso que esta questão pode ser um pouco ambígua, podes gostar mais ou menos de um lugar, eu por exemplo, conheci o meu marido em 2014 e depois vim viver para Múrcia, localidade de onde ele é natural. Aqui existem várias coisas que não aprecio e a minha adaptação neste caso não foi das melhores, mas já superei essa fase menos boa.

Na minha honesta opinião, para te sentires bem, independente de gostares mais ou gostares menos da zona onde vives, é necessário e fundamental estar de bem com a vida. E acreditem que isto faz toda a diferença e de certeza que vocês opinam o mesmo.

O nosso lar, o nosso aconchego é onde quisermos que seja, pode ser dentro ou fora do país de origem.  Eu já passei por várias fases e já vivi em diferentes cidades e países e tudo vai mudando e nós também vamos mudando, principalmente quando passamos dos trinta.

Também já pensei em voltar a Portugal, pensei em ficar onde estou ou estava, pensei que não sabia onde queria estar e senti-me refletida nos versos do Variações, quando dizia “estou bem, aonde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou…”, enfim um turbilhão de pensamentos e sentimentos….. Mas esta instabilidade, sempre esteve relacionada ao que estava a viver naquele momento e é certo que hoje em dia, encontrei um certo equilíbrio emocional e trabalhei seriamente para o alcançar.

Quando volto às origens, ao meu Porto, ao meu Portugal, sinto sempre aquela nostalgia, do que ficou por lá e principalmente dos que por lá ficaram. No entanto, hoje em dia, Espanha  é a minha casa, o meu refúgio, pois é aqui que estou a criar a minha nova família e o meu novo lar.

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