Mudar de país e começar uma nova vida além fronteiras pode ser bastante complexo. No meu caso, a carreira sofreu sempre uma mudança e o reconhecimento de diploma na Suíça, Austrália e Brasil foi necessário.
Mas como lidamos com essa mudança impactante na nossa vida?
Quando surgiram as nossas primeiras conversas sobre uma possível expatriação profissional para a Suíça, por parte do meu marido, sempre pensámos que eu iria também prosseguir com a minha carreira profissional. Não víamos isso como algo difícil de atingir e conciliar com a vida familiar. Vimos ambos esta situação como uma oportunidade para toda a família. Na realidade, o projeto que ficou à espera de tempos mais estáveis foi o nosso terceiro filho.
Assim que senti que todos estávamos instalados e com rotinas estabelecidas comecei a dedicar-me à aprendizagem do novo idioma e a perceber como eu poderia continuar a minha carreira.
Rapidamente soube que para ter a equivalência do meu diploma em Ciências Farmacêuticas teria de adquirir o certificado B2 da língua Francesa e que a equivalência como especialista em Análises Clínicas não era possível à data de 2008-2013 de qualquer país da EU. No entanto, desde 2015 já é possível.
Partilho convosco alguns site específicos para reconhecimento do título de profissões relacionadas com atividades médicas (inclui o titulo de especialista em análises clínicas):
- https://www.bag.admin.ch/bag/fr/home/berufe-im-gesundheitswesen/auslaendische-abschluesse-gesundheitsberufe/diplome-der-medizinalberufe-aus-staaten-der-eu-efta/direkte-anerkennung-diplome.html
- https://www.redcross.ch/fr/notre-offre/professions-de-la-sante-reconnaissance-et-enregistrement/reconnaissance-de-diplomes-etrangers
Site para reconhecimento de diplomas estrangeiros na Suíça:
A tão desejada carreira e os obstáculos que se seguiram
Ainda com um francês pouco apurado comecei a enviar CVs e rapidamente fui a algumas entrevistas. Passados 6 meses tinha sido selecionada para uma empresa em Genebra. Que excitação! Que orgulho senti de mim própria. Depois de ter aceite a proposta de trabalho e ter as duas primeiras semanas de integração organizadas, apercebi-me que a distância e a dificuldade de gerir o meu horário (turnos, responsabilidade elevada, viagens, entre outros) não me permitiam acompanhar os meus filhos, passando a ser uma mãe ausente.
Comecei então à procura de algo a tempo parcial. E assim passei mais um ano a fazer cartas de motivação/apresentação, a ir a entrevistas. Nesse ano obtive o reconhecimento do meu diploma em Ciências Farmacêuticas. E finalmente apareceu mais uma proposta de trabalho exatamente na minha área de especialidade e a tempo parcial. Foram dois anos e meio de um equilíbrio fantástico entre a minha carreira e a minha família.
Um novo destino e um novo começo: a pesquisa sobre a carreira
No entanto, esta vida de expatriados não significa ficar no primeiro porto, mas sim uma viagem contínua, uma vida sem fronteiras. Novo destino, desta vez a Austrália, nova oportunidade que não há como não agarrar. Mesma história, depois de todos instalados eu começo as minhas pesquisas. Desilusão! Na Austrália para o reconhecimento do meu diploma tinha que estudar mais 3 anos. Contudo enviei CVs para áreas de âmbito Farmacêutico, mas onde não tinha qualquer experiência profissional. Passado 7 meses avançámos com o projeto do terceiro filho e ofereci-me como voluntária num trabalho de doutoramento na Faculdade de Medicina Veterinária de Sydney.
Ao fim de 3 anos regressamos à Suíça, agora já eramos 5 e voltei a tentar continuar a minha carreira, achei que seria fácil. Até poderia ter sido, mas a vida prega-nos partidas que me levaram a ter que adiar este projeto. Surgiram de facto novas oportunidades, mas pesou sempre mais a família e eu querer acompanhar os meus filhos e ainda todas as atividades que estava a fazer e que tinha construído até à data e que me preenchiam.
Concorri ao reconhecimento da especialidade que tirei em Portugal, mas infelizmente por falta de documentação, arquivos, foi me negada a equivalência. Pode-se partir por outros caminhos, um deles seria fazer a especialidade de novo (4 anos), igual ao que ja tinha feito ou conseguir estágios e voltar a fazer os relatórios para que sejam avaliados e assim continuar o reconhecimento.
Rumo ao Brasil, com prioridades renovadas
E a aventura continua, desta vez num outro destino (o Brasil). Nesta primeira fase, dado termos acabado de chegar, volto a priorizar criar a tão necessária estabilidade (a casa, a escola, as rotinas), sei que em breve voltarei a dar seguimento aos meus dias, contudo desta vez a minha carreira não será a prioridade mas estou entusiasmada de ver onde o caminho me vai levar.
Se precisares de ajuda para o reconhecimento do teu diploma no Brasil, contacta-me que eu já me informei e sei como te ajudar.
E tu? Conta-nos a tua experiência…
Como foi a tua experiência? Conseguiste encontrar o equilíbrio entre a família e o trabalho na Suíça, na Austrália ou no Brasil? Onde ficam as aspirações pessoais?
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