Minha aventura em alugar um quarto em Atenas

Cláudia de Vasconcelos

Digam-me Oh Musas, da viagem tenebrosa efectuada por esta heroína ansiosa por abrir as asas e viajar rumo a uma nova vida… Uma aventura em Atenas que começa com a dificuldade em alugar um quarto em Atenas!

Vim para a Grécia em Dezembro de 2019, no seguimento de uma oferta de trabalho e foi a primeira vez que vim morar para fora de Portugal. Esta foi a Odisseia, quase digna de produção televisiva, que vivi para encontrar quarto em Atenas.

Como tudo começou

A entrevista de trabalho que me trouxe a Atenas, ocorreu em Novembro de 2019. A remuneração era boa e na indústria na qual gosto de trabalhar e que estava em franca expansão – Turismo (O leitor mais sagaz já deve estar a imaginar o quão bem este trabalho resultou…).

Iniciei a pesquisa do quarto para ficar um mês, algo que desenrascasse e quando estivesse instalada procuraria calmamente o meu cantinho, qual Ulisses regressado a casa… 

Começava a trabalhar em Janeiro.

A minha aventura em Atenas
A minha aventura em Atenas

Alugar um quarto em Atenas

Usando as ferramentas ao meu dispor, o Airbnb, procurei algo que não fosse demasiado mau e que desse para ter uma prova de residência, e pensei com os meus botões: “O que é que pode correr mal?”. Obviamente a minha questão ofendeu os deuses do Olimpo.


Na minha inocência de principiante nestas andanças, pensava que poderia provar a minha residência com um contrato Airbnb, avancei com a reserva. As fotos eram de um quarto acolhedor, tinha poucas fotos do resto da casa, parecia limpo e, apesar de não ter reviews, pois era um anúncio recente, não havia muito mais opções.

Tinha como idiomas falados: Inglês, Grego e Albanês, o que apreciei porque o meu grego é básico.

Primeira premonição. Fui visitada pelo espírito da burocracia Grega e houve um atraso na emissão dos meus documentos o que me deixou apeada… Mas com a confiança de alguém que não sabe o quanto ofendeu o Olimpo continuei em frente e acabei por ficar em casa de amigos em Thessaloniki, até ao início de Janeiro, altura em que rumei ao meu destino, com um amigo grego, o Anastacios, toda feliz e contente, para tratar da emissão da minha autorização de trabalho e residência e finalmente visitar o quarto que tinha alugado.

Apanhamos o comboio da noite e chegamos pelas 5 e tal da manhã a Atenas.

A dona do apartamento, albanesa emigrante na Grécia, protagonista vilã, a que chamarei de A Gorgon, foi-nos buscar à estação do comboio para nos levar para o apartamento, mas não falava quase nada de inglês e o grego era básico. Segunda premonição. Mas como parecia tão simpática, empurrei o espírito de Phobos para um cantinho da minha cabeça e segui caminho completamente a leste do facto dos Deuses no Olimpo estarem cada vez mais irados.

O quarto em Atenas

Ela explica ao Anastacios, em grego, que é enfermeira no Reino Unido o que achei estranho pela questão do idioma… Se eu tivesse que lhe explicar em inglês básico que tinha feito um golpe num dedo provavelmente acabava a sofrer um exame à próstata tal era o nível de inglês da mulher… mas decidi confiar à mesma! O que de pior que pode acontecer? (Deuses no Olimpo a rir desalmadamente).

Em Atenas é comum casas no piso -1, com janelas ao nível do passeio, esta era uma delas. O quarto tinha uma porta para a rua acima da cabeceira da cama (!) e a porta do quarto não tinha chave… O ambiente era tão deprimente que se uma caixa de zoloft lá entrasse, saía porta fora a dizer que não era paga para isto. Outros hóspedes incluíam duas crianças num canto com a mãe e um Paquistanês a fumar chicha – o Polyphemus.

A sanita não tinha tampo de plástico nem papel. Casa muito suja no geral.

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