A minha adaptação no Luxemburgo em tempo de pandemia.

Inês Peixoto

Passados 3 anos mudei-me para o Luxemburgo… queria estar próxima de um aeroporto para passar mais fins de semana em Portugal. O plano era esse, mas meses depois tudo mudou com a pandemia.

Na altura candidatei-me aos hospitais de Bruxelas e no Luxemburgo. O Luxemburgo foi mais rápido… E mudei de país… Uma nova cultura, novo país, novo hospital, uma nova adaptação…
Desta vez já com a língua francesa bem enraizada, a nível hospitalar o funcionamento muito idêntico a Portugal. Depois de ano e meio no Luxemburgo e com oito meses de pandemia no mundo tem sido um teste diário à minha pessoa, mas até agora com resultados positivos.

Influencia da pandemia na minha adaptação

Apesar de me sentir bem neste “meu” novo país, ainda o sinto como um estranho. Uma adaptação que para mim ainda não se fez completamente devido a todas as precauções e distanciamento social exigido nesta altura. Muita coisa para conhecer e descobrir neste pequeno grande país com muitos recantos de contos de fadas. Quando penso na minha vida no Luxemburgo tenho a sensação de que este capítulo da minha vida ainda está só no início e que o meu futuro estará ainda por acontecer neste país encantado.
Por enquanto continuo a minha caminhada de vida e a minha missão como enfermeira, neste momento nas urgências e na esperança que a pandemia deixe de afectar as nossas vidas.

A escolha de sair de Portugal

Penso que sair de Portugal foi a escolha mais triste que fiz, porque tive de deixar fisicamente as minhas pessoas, o meu sol, o meu mar, o meu campo e todas as minhas referências, mas tudo isso está sempre comigo, na minha mente e no meu coração.

Por outro lado, sair de Portugal foi a escolha pessoal e profissional mais acertada que fiz. Não pelo salário, mas pela dignidade de vida que o salário me proporcionou, pela qualidade de vida dos horários e pelas leis sociais existentes que protegem os profissionais incluindo os enfermeiros (somos pessoas que cuidados de pessoas e merecemos que também cuidem de nós, ou que nos dêem folgas e os dias de repouso que temos legalmente direito). 

Se tomei a decisão certa em sair em Portugal? Não sei (o futuro me dirá), mas sei que foi a decisão mais acertada no momento e até hoje. Tudo seria mais simples se em Portugal trabalhássemos 35 horas por semana. Infelizmente falta compreensão política e da sociedade para perceber que somos apenas pessoas com uma formação especifica e não Superes Heróis, que temos uma profissão de risco e de desgaste rápido (como outras profissões que existem), mas que infelizmente é classificado como uma profissão de escritório em que teremos as mesmas qualidades e funções até aos 65 anos e aí poderemos nos reformar (o que é completamente irrealista).

Não sei quanto tempo durará esta minha experiência de vida como emigrante, até agora bastante positiva e enriquecedora, que foi prevista para um ano e já está a caminho dos cinco. Mas não importa onde vivo e por quanto tempo… A minha casa será sempre Portugal.

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7 comentários em “A minha adaptação no Luxemburgo em tempo de pandemia.

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  1. Muitos parabéns Inês. Que essa experiência continue a fazer de ti uma mulher confiante e que ultrapasse novos desafios. Beijinho

  2. Olá Inês! Sou estudante de Enfermagem do 4 ano de Coimbra! Se tiver disponibilidade, gostaria de saber algumas coisas sobre a Enfermagem no Luxemburgo. Obrigada!

  3. Olá Inês, estou a pensar nisso neste momento…foi difícil entrar? Houve muita burocracia até começares a trabalhar?

    1. Olá Vânia:)
      Podes dar-me algumas informações sobre empregos na Irlanda? Obrigada, Maria

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