É a quarta vez que preparo uma mudança em família. Desta vez levamos menos 1 filho e aceitar a mudança pode não ser algo fácil, para algum membro da família.
Mas como aceito essas mudanças?
Na minha experiência, nunca encarei a mudança das crianças com grande stress, à exceção da primeira, na qual saí de Portugal pela primeira vez. Preocupava-me muito a adaptação das crianças, principalmente do mais velho, na altura de seis anos de idade.
Mas, felizmente, logo me apercebi que as crianças são fantásticas e sempre abertas à descoberta de um mundo novo. Todas as outras mudanças foram encaradas com menor stresse.
Claro que toda a mudança tem o seu quê de dificuldade. Se por um lado, tentamos não encarar como uma perda, o que vamos deixar, mas sim como algo concretizado e alcançado, por outro, em relação à novidade, há que aprender a lidar com o desconhecido e perceber como ajudar a família e especialmente as crianças a enfrentar e ultrapassar este “medo” que sentimos.
Como agimos em família para ajudar a aceitar a mudança
Eu fui fazendo o que me parecia lógico e correto e, depois de ter resultado, vou repetindo (e aperfeiçoando). Desta vez ainda vou ajudar o Vicente de 6 anos e o Manuel de 14 a encarar com entusiasmo esta realidade. Porque uma vida cheia de descobertas é realmente algo de motivador.
Assim sendo, estes são é o passo a passo que implementamos:
- Assim que sabemos que uma mudança se vai realmente concretizar começamos aos poucos a introduzir o tema em conversas em familia, sem inicialmente referir qualquer destino.
- Falamos sem enfatizar e sem omitir…, mas com o intuito que eles percebam que é uma realidade.
- Quando já faltam menos de 2 meses para a mudança começo a falar mais sobre o assunto, clarificando o destino, e falando individualmente para perceber os receios de cada um e o que estão a sentir.
- Um mês antes da partida, tratar do assunto à frente deles torna se inevitável.
- Começo a falar das coisas novas que vamos poder ver e fazer: o entusiasmo da descoberta ajuda sempre a aceitar a mudança.
- Enfatizo a facilidade que é manter o contacto entre amigos por e-mail, telefone, redes sociais e quem sabe uma visita.
- Damos uma festa de despedida para cada um.
- Começamos a preparar a caixa das lembranças que consiste num caixa onde levam as recordações, e que a criança quer guardar como um tesouro. Ex: fotos dos amigos, desenhos, pedras e/ou ramos que apanharam em passeios, a t-shirt assinada pelos amigos, o presente da turma… Isto fá-los sentir queridos e importantes.
- Fazemos juntos um cartão para dar a cada amigo com uma fotografia do novo destino, os nossos contactos e o convite para uma visita.
E, assim, os meus filhos, sem muito drama e sem muito stresse, têm aprendido a crescer num mundo de vidas sem fronteiras, onde de certo vão continuar a crescer, a serem eles e felizes. Não só é importante aceitar a mudança, como crescer com ela!
É importante que cada pai e cada família ajuste estas ideias/conselhos à sua dinâmica familiar, utilizando aquilo que mais sentido fizer para si. O importante é que todos aceitem a mudança e estejam tranquilos e felizes com ela. A rotina acabará por chegar novamente e o livro de memórias ficará cada vez mais completo.
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A voz da experiência ! Parabéns…