À procura de uma vida melhor no Luxemburgo

António Valente

No Luxemburgo acontece frequentemente chegarem pessoas, à procura de uma vida melhor. Através de anúncios de jornais em Portugal para o ramo da construção civil ou para o ramo da restauração e, em muitos casos, a realidade não tem nada que ver com os anúncios.

Há as pessoas sérias e há as espertas, que se aproveitam da miséria e aflição dos outros para os explorar. Nestes casos, estas pessoas, que deixam o seu país natal, ficam numa situação muito difícil.

As promessas

Prometem salários de 2400€ com viagens pagas a cada seis semanas com estadia, etc. No final trabalham entre dez e doze horas sem receber salário no final do mês. Trabalham no ramo da restauração mas são mal alimentados, e sujeitos a uma pressão enorme que em alguns casos pode levar a depressões.

Na construção civil quase todas as semanas chegam pobres homens, cheios de sonhos e sem um tostão no bolso a procura de uma vida melhor, a pensar que vão encontrar o El dorado, mas no final é um pesadelo. Em alguns casos, é o consulado Português que os tem que enviar de volta para o nosso país. Trabalham todos os dias dez horas e ao sábado oito. Não têm vida própria, as condições de habitação são péssimas e mais uma vez, a alimentação deixa muitos a desejar. Se estão doentes, não tem direito a assistência médica pois não estão registados, alguns tem que apanhar um automóvel e ir a Portugal ao médico.

À procura de uma vida melhor no Luxemburgo
Construção Civil

Também há casos que chegam através de anúncios e quando chegam ao país, ligam e ninguém atende o telefone, deixando a pessoa num local desconhecido sem recursos e em pânico. Só não dorme ao relento porque também existem pessoas neste país com coração.

Por trás desta miséria, existem algumas pessoas, na maioria Portugueses, que levam uma vida de imperadores e que trocando os nomes das empresas, conseguem fugir às autoridades. Se fosse a contar cada história de tristes vidas, daria facilmente um grande livro, e esta situação deixa-me muito triste.

O que recomendo

Recomendo que não deixem o país sem saber quem está por trás dos anúncios e das empresas. Liguem para os sindicatos ou associações a pedir informações para não correrem esse risco. Com o agravamento da crise sei que milhares de pessoas estão a passar por maus momentos mas podem vir a piorar ainda mais a sua situação se não forem precavidos.

Recomendo também que contactem a Embaixada de Portugal no Luxemburgo antes de embarcarem na aventura.

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