Desde que vim para Malta, há dois anos, que as férias não têm bem regra ou momento. Acabam por ser pequenas pausas para uma visita (a correr) a Portugal, receber visitas por cá ou fazer viagens nossas, por onde calhar ou a locais onde queremos mesmo ir.
A gestão nem sempre é fácil, especialmente em termos de dias de férias disponíveis vs dias que gostaríamos de passar em Portugal e aqueles que gostávamos de ir explorar outros sítios. Assim, todos os anos temos um calendário onde analisamos detalhadamente todos os feriados existentes, conjugamos com os voos que há para Portugal (que de Malta não são diários), e tentamos, logo no início do ano, decidir quando vamos a Portugal e quantos dias vamos deixar reservados para as nossas viagens. Tendo isso definido, se possível, compramos logo os bilhetes de avião, não só para assegurar que vamos, mas para tentarmos gastar menos dinheiro nesses voos.
No entanto, ao mesmo tempo que temos de fazer essa gestão, posso dizer que somos uns sortudos e/ou que temos os melhores amigos e as melhores famílias do mundo: em 2 anos tivemos a sorte de ter a visita de mais de 40 pessoas, o que, embora cansativo por nem sempre ser fácil conjugar as visitas com a rotina do trabalho, é ótimo, faz-nos sentir mais “em casa”, ajuda a matar as saudades e torna a gestão (do tempo e das saudades) bem mais fácil.
Nos períodos mais típicos de férias (verão e Natal), as coisas variam. Enquanto no verão não temos bem regra (no ano passado ficámos por cá, e a minha Mãe, os meus irmãos e os meus sobrinhos vieram passar a “semana de férias anual”, este ano fomos nós até lá), no Natal, e pelo menos até agora, não há outra hipótese: é passado em Portugal, em corridas entre Lisboa e Abrantes, entre pequenos-almoços, cafés de meio da manhã e do meio da tarde, almoços, jantares e até ceias, a tentar ver todos os amigos e família na semana que por lá passamos. É literalmente aproveitar cada segundo que temos, deixando uns bocadinhos para dormir (ou para fazer sestas mais longas).
Nao é fácil, chamam-nos malucos e deixa-nos MESMO exaustos, mas por agora somos só os 2 e voltamos sempre de coração cheio e “baterias emocionais” carregadas, e no fim de contas, é isso que queremos e que nos deixa felizes.